“Meus pais estão me deixando louco!” Esta frase é pronunciada (ou gritada) por cuidadores em todos os lugares que auxiliam pais idosos.
Como se eles não tivessem o suficiente para fazer, cuidadores, muitas vezes, têm de lidar com o mau comportamento de seus pais idosos.
Os quadros de mensagens do AgingCare.com estão cheios de histórias de pais idosos exigentes, com alterações de personalidade, alucinações, birras ou até mesmo abusos.
Pensando em melhorar essa relação, reunimos os 10 tipos mais comuns de maus comportamentos que os pais idosos apresentam, juntamente com algumas dicas para lidar com essas situações.
Boa leitura!
Pais idosos: tipos de maus comportamentos
1 – excessos de raiva
Idade e doença podem intensificar os traços de personalidade de longa data.
E essas características influenciam em alguns aspectos desagradáveis, como por exemplo:
- um idoso irritável pode se tornar enfurecido;
- um idoso impaciente fica exigente e impossível de agradar.
Infelizmente, a pessoa que cuida do pai idoso é muitas vezes o alvo.
O que fazer nessa situação:
Tente identificar a causa da raiva.
Na maioria dos idosos, os comportamentos são um sintoma de angústia.
O processo de envelhecimento por si mesmo, acaba provocando raiva.
Isso porque, as pessoas mais velhas desabafam a frustração sobre a idade avançada, dores crônica, perda de amigos, problemas de memória, incontinências, entre outros problemas que o envelhecimento pode trazer.
Além disso, a doença de Alzheimer e demência também podem causar estes comportamentos, visto que os pais idosos não tem mais controle de si mesmos.
Como um cuidador, a melhor coisa que você pode fazer é não levar para o lado pessoal.
Concentre-se no positivo, ignore o negativo, e faça uma pausa para você poder descansar um pouco: pegue um pouco de ar fresco, faça algo que você ama ou chame um amigo!
Você também pode querer considerar chamar um(a) enfermeiro(a) para trabalhar em casa.
Idosos, muitas vezes reservam o seu pior comportamento para aqueles que estão mais próximos, ou seja aos membros da família.
O mau comportamento pode não surgir na frente de um estranho. E, por isso, você vai precisar de uma pausa e ajuda externa, quando necessária.
2- Abuso
Às vezes, os pais idosos excitam a “criança” (em sua mente) que está tentando de modo tão difícil cuidar deles.
E o resultado é o abuso do cuidador.
Histórias de abuso mental, emocional, mesmo física para a criança adulta são muito comuns.
A menos que o idoso tenha um transtorno de personalidade ou doença mental, eles acabam abusando do filho cuidador que está mostrando mais amor, porque eles se sentem seguros o suficiente para fazerem isso.
Eles não abusam conscientemente, mas eles estão frustrados e precisam desabafar sobre seus problemas.
O que fazer nessa situação:
Tente falar com eles sobre como o comportamento abusivo faz você se sentir.
No entanto, muitos profissionais de saúde não vão muito longe apenas falando.
Se o abuso é verbal ou emocional, fazendo-os perceber tudo o que você faz por eles, pode direcionar à questão de que é melhor que sejam mais agradáveis para você, ou você vai sair.
Portanto, encontre um pouco de descanso para si mesmo e ajuda externa. Isso permitirá que o seu pai tenha uma nova apreciação de tudo que você faz.
Agora, caso o idoso esteja abusando fisicamente de seu cuidador, então é necessário buscar ajuda profissional da saúde.
3- Não tomar banho
Idosos que recusam a tomar banho, vestir roupas frescas e cuidar da higiene pessoal é um problema mais comum do que a maioria das pessoas pensam e muito frustrante para os cuidadores.
Às vezes, a causa desse problema é a depressão. E outro fator é o controle.
Como as pessoas envelhecem, perdem mais o controle sobre suas vidas.
Mas uma coisa eles, geralmente, conseguem controlar: tomar banhos e se vestir. Isso porque, quanto mais eles são incomodados, mais eles resistem.
Os sentidos da visão e olfato reduzidos podem também estar causando o problema.
O nariz dos pais idosos pegam suor antigo, e eles nem sequer notam. Ou, a memória pode ser a culpada.
Os dias passam. E, eles não são marcados com toneladas de atividades, não há algo especial sobre as quartas-feiras – que poderia ser terça-feira ou quinta-feira – eles perdem a noção do tempo e não percebem quanto passou desde que se banharam.
Outro grande problema pode ser o medo ou desconforto: medo de escorregar na banheira ou constrangimento de pedir ajuda.
O que fazer nessa situação:
O primeiro passo é determinar a causa deles pararem de tomar banho.
Se eles perderam o sentido da visão ou olfato, por exemplo, consulte um geriatra e fale sobre as medicações que seu pai ou mãe está tomando, ou se possuem alguma doença.
Se a depressão é a causa, procure ajuda profissional: terapia e medicamentos podem ajudar.
Se a vergonha é um problema e o mais velho não quer a ajuda de um membro da família para tomar um banho, porque é muito íntimo, ele pode estar disposto a ter uma agência de cuidados em casa que entra para o esse único propósito.
Se eles têm medo da água (ou de sentarem na banheira), existem muitos tipos de cadeiras de banho que podem ajudar.
Se a pessoa está em um estado demente e com medo durante o banho, então você deve mover-se suavemente. Não insista em um chuveiro ou banheira.
Comece apenas perguntando se você pode limpar o rosto da pessoa. Mover-se gradualmente embaixo dos braços e outras partes do corpo, e ir dizendo-lhes o que você está fazendo.
Faça o seu melhor para manter seus pais limpos. No entanto, ser muito crítico é contra produtivo, e ao final do dia, você pode ter que reduzir os seus padrões e definições de limpeza.
4- Palavrões, ofensas e comentários inapropriados
Quando uma mãe ou pai amoroso, de repente, está usando os piores palavrões, sendo ofensivo ou dizendo coisas inapropriadas, os membros da família ficam confusos a respeito do que fazer.
Já ouvimos histórias sobre o pais idosos que costumavam ser educados e nunca proferir uma palavra de baixo calão, e de repente começam a insultar seus cuidadores.
Quando isso acontece em público é embaraçoso, e quando acontece em privado, é doloroso.
O que fazer nessa situação:
Quando o comportamento é fora de padrão para uma pessoa idosa, o início da doença de Alzheimer ou demência é uma causa provável.
Mas, como você lida com palavrões?
Um par de ideias: quando um conjunto de palavrões aparece, use distração.
Desviar a atenção de seus pais idosos é uma técnica simples, mas eficaz. Uma vez que sua mente é redirecionada, os palavrões podem acabar.
Além disso, tente trazer momentos felizes dos velhos tempos.
Como todas as pessoas, os idosos gostam de falar sobre seu passado. Usando suas habilidades de memória de longo prazo, o pai idoso provavelmente vai esquecer tudo o que no presente os chateia.
Se nada disso funcionar, tome um ar, procure ajuda e espere que isso acabe.
5- Paranoia e alucinações
Paranoia e alucinações em idosos podem assumir muitas formas, desde a acusação a membros da família de roubar, até ver pessoas que não estão lá ou acreditar que alguém está tentando matá-los.
O que fazer nessa situação:
Às vezes, alucinações e delírios em idosos são um sinal de uma doença física.
Acompanhe as experiências que o idoso está tendo e discuta com o médico. Também pode ser um efeito colateral de uma medicação que está tomando.
Consulte o seu médico, descreva os sintomas e pergunte se a medicação de seus pais idosos precisa ser mudada.
Muitas vezes, paranoia e alucinações estão associados também à doença de Alzheimer ou demência.
Quando este for o caso, a melhor coisa a se fazer é apenas relaxar e ir com o fluxo.
Mais frequentemente do que não, tentar “dissuadi-los” de um delírio não vai funcionar.
A validação é uma técnica boa enfrentamento, porque o que o idoso vê, ouve ou experimenta é muito real para eles. Convencê-los de outra forma é infrutífera.
6- Obsessões estranhas
Poupar tecidos, preocupar-se se é hora de tomar os remédios, constantemente beliscando sua pele, hipocondria …
Estes tipos de comportamentos obsessivos perturbam a vida diária dos pais idosos e seus cuidadores.
Obsessão é por vezes relacionada com uma personalidade viciante, ou um passado histórico de transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
O que fazer nessa situação:
Ver os comportamentos obsessivo compulsivos do seu pai como um sintoma, não como uma falha de caráter.
Atenção aos sinais de que certos eventos acionam a obsessão do idoso!
Se a obsessão parece estar relacionada a um evento ou atividade específica, o evite, tanto quanto possível.
Não participe das obsessões do idoso.
Se você o tem ajudado com os rituais no passado, mude esse padrão imediatamente. Família e amigos devem resistir a ajudar com esses comportamentos.
Comportamento obsessivo pode ser relacionado com um número de outras desordens, incluindo ansiedade, depressão ou demência.
Distúrbios obsessivos podem ser tratados por profissionais de saúde mental, por isso, marque uma consulta em nome do seus pais.
Terapia e/ou medicação podem ser a resposta. Veja grupos de terapia, ambulatoriais e programas de internação na sua área de moradia.
7- Acumulação
Quando um pai idoso acumula (não jogando fora um grande número de itens), mais uma vez pode ser um sintoma de Alzheimer ou demência.
A personalidade de alguém pré-Alzheimer pode desencadear o comportamento de acumulação.
Por exemplo, pais idosos que já estavam propensos a experimentar a ansiedade, quando confrontados com o envelhecimento e a possibilidade de perder seus recursos, podem começar a recolher e guardar itens contra o sentimento de opressão que está à frente.
Outros, vão segurar itens porque temem que suas memórias sejam perdidas.
O que fazer nessa situação:
Você pode tentar a razão, e até mesmo falar sobre os itens para jogar fora. Ou criar uma caixa de memória, um lugar para manter “coisas especiais” dos idosos.
Com acumuladores extremos, o ideal é procurar aconselhamento familiar e médico, no caso de medicações.
8- Recusar cuidadores externos em sua casa
A presença de um estranho sugere que o mais velho de sua família não pode (ou não quer) cuidar de suas necessidades.
Ele também amplia a extensão das necessidades de cuidados dos mais velhos e os faz sentir vulneráveis.
O que fazer nessa situação:
Confirmação constante é necessária.
Compreender o medo e a vulnerabilidade da pessoa idosa é necessária para que você possa lidar com este problema.
Tenha conversas sérias com eles, e saiba que a primeira vez pode não funcionar. Pode levar vários meses até convencê-los.
Outra estratégia é começar aos poucos, e pedir ao seu pai para “dar uma chance.”
Apresente a ideia ao seu pai idoso como um julgamento, de que a partir de agora terá alguém experiente entrando uma vez por semana, por algumas horas, em sua casa. Apenas para passar aspirador, tirar o lixo ou lavar roupa.
Agências de cuidados de idosos sabem como lidar com essas situações, então os consulte quando necessário.
Uma vez que os idosos se acostumarem a ter alguém na casa, eles poderão se dar muito bem com ele.
9- Excesso de gastos
Alguns cuidadores estão puxando os cabelos devido aos hábitos dos mais idosos, mãe ou pai.
Outros estão enlouquecendo sobre o excesso de gastos que pais idosos realizam, ao comprar muitas coisas baratas.
A capacidade de lidar com o próprio dinheiro é sobre o poder e independência. Se a idade ou doença tira um pouco da sua independência em algumas áreas, uma pessoa é capaz de tentar compensar esta perda de outra maneira.
Gastar é uma dessas maneiras. Gastar (ou economizar) pode ajudar uma pessoa a se sentir poderosa. Também pode ser como uma droga para encobrir o medo das perdas que a idade traz.
O que fazer nessa situação:
Os pais idosos insistem que não há problema.
É o seu dinheiro e eles podem gastar como quiserem. Eles têm um direito, até certo ponto, a gastar seu dinheiro como bem entenderem.
Para compradores compulsivos, quando seus hábitos de consumo estão drenando a última de suas finanças, ou forçando os outros a cobrir as despesas que deveriam estar pagando para si mesmos, é hora de entrar em cena .
Você pode mostrar-lhes o problema em “preto e branco”: do total montante gasto em compras, ou recibos que outros gastos em seus cuidados, tais como alimentos e medicamentos.
Tal como acontece com tantas áreas difíceis com pais idosos, por vezes, um outro cuidador é a melhor forma para esse problema.
A chave é esta pessoa, seja ela um profissional da área financeira, um amigo, ou um líder espiritual, mas não o(a) filho(a) do idoso.
Idosos com esses comportamentos pode ser resultado de terem vivido uma economia recessiva, perda de emprego passado, e inúmeras outras situações em que o dinheiro era praticamente inexistente.
Eles temiam “ir à falência”.
No entanto, eles provavelmente não querem ver um membro da família percorrer as mesmas dificuldades financeiras também.
Mostrando-lhes as despesas fora do orçamento sobre os cuidados que você deve pagar, pode ajudar.
Trazer um consultor financeiro também é outro caminho a percorrer.
10- Quer todo o tempo e atenção do cuidador
Uma vez que um filho adulto ou filha se torna um cuidador, os seus pais idosos podem interpretar esse compromisso como um trabalho de tempo integral de 24 horas.
No entanto, o cuidador tem outras prioridades: trabalho, família, etc.
Os pais se tornam completamente dependentes do cuidador para todas as necessidades físicas e emocionais, e, portanto, são mais exigentes do seu tempo.
Esta é uma transição difícil.
O que fazer nessa situação:
Este é um momento em que um cuidador precisa definir uma prioridade.
Ser cuidador é estressante, mas quando ele se transforma em um trabalho em tempo integral, com um pai ou mãe exigente, é uma receita para seu esgotamento.
Não fique perdido em cuidar dos outros. Defina uma prioridade.
Tenha o idoso envolvido em atividades seniores ou creche para adultos, dependendo de suas capacidades.
Eles provavelmente vão chutando e gritando, mas ter outros para interagir e combater a solidão, os tornarão um pouco menos dependentes de você.
Se o seu pai ou mãe fica preso em casa, considere um companheiro para visitar o local em uma base regular.
Companheiros residenciais estão disponíveis através de agências de casa de saúde, igrejas e organizações de caridade.
David Lederman é presidente da Lederman Consulting & Education e organizador dos Workshops Oficiais do Disney Institute no Brasil.
Fundador da Escola Nacional de Qualidade de Serviços (ENQS), Professor na Fundação Vanzolini no Curso de Especialização em Administração de Serviços – CEAS e Professor no MBA em Administração, Finanças e Geração de Valor na disciplina “Excelência em Serviços e Fidelização de Clientes” da PUCRS.
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