Estudo populacional, realizado na cidade de São Paulo com 2.072 idosos, identifica associação forte entre sintomas depressivos e limitação funcional em idosos brasileiros.
A presença de sintomas depressivos clinicamente significativos foi identificada em 26% dos idosos, 5% dos quais apresentavam depressão maior e 21% depressão subsindrômica.
Depressão subsindrômica, comum em idosos, apresenta sintomas menos severos porém claros de depressão. Ter depressão subsindrômica aumenta as chances de desenvolver transtorno depressivo maior.
Transtorno depressivo maior, também conhecido como depressão clínica, é caracterizado por uma combinação de sintomas que interferem com a capacidade da pessoa trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar atividades que gostava. Transtorno depressivo maior impede a pessoa de viver normalmente.
Em análise ajustada para fatores demográficos e clínicos, idosos com depressão subsindrômica apresentaram prevalência de limitação funcional duas vezes maior quando comparados a idosos sem depressão (PR=2,0; IC95% 1,4-2,5).
Entre os idosos com depressão maior, a prevalência de limitação funcional foi três vezes maior (PR=3,0; IC95% 2,1-4,3). A estimativa de fração atribuível na população foi de 0,24, indicando que 24% da limitação funcional encontrada entre os idosos brasileiros poderia ser atribuída aos sintomas depressivos.
Os autores ressaltam que o delineamento transversal não permite inferências causais definitivas, mas sugerem que uma melhor identificação e tratamento da depressão podem apresentar um impacto significativo na capacidade funcional dessa população, com relevância importante para saúde pública.
Silva SA et al. Population impact of depression on functional disability in elderly: results from “São Paulo Ageing & Health Study” (SPAH). Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci. 2013;263(2):153-8.